A Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia celebrou patrocínios com várias empresas privadas. Esta decisão marca um retrocesso face à presidência anterior – da Alemanha – e não é aceitável.
A Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia celebrou, até ao momento, três patrocínios com empresas privadas. A Presidência Portuguesa refugia-se nas “necessidades quotidianas” para justificar esses contratos de patrocínio, mesmo que essa prática seja contestada por grupos de transparência europeus e pela Provedora de Justiça Europeia.
As empresas com contratos de patrocínio são a Sumol+Compal, a Delta Cafés e a The Navigator Company. De notar que a mesma Presidência que tem como missão implementar o Pacto Ecológico Europeu e promover a neutralidade carbónica, é a mesma que acaba a promover um dos maiores promotores de monoculturas de eucalipto e grande responsável pela emissões de gases com efeito de estufa.
A Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia tem a enorme responsabilidade de coordenar a resposta a uma grave crise pandémica, responder às dificuldades económicas com que se deparam milhões de europeus e enfrentar uma crise ambiental com impactos cada vez mais recorrentes e nefastos.
Não é o momento para manchar, uma vez mais, a transparência e seriedade do momento que atravessamos. É necessário criar condições de integridade e transparência, que sigam as orientações da Provedora de Justiça Europeia.
O LIVRE defende a suspensão imediata de patrocínios junto de empresas privadas no âmbito da Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia. Não é admissível reverter o caminho trilhado pela Alemanha no distanciamento da UE face a patrocínios de empresas privadas que em nada dignificam a União Europeia e a democracia partilhada.