Mais Europa, mais democracia, limitar o crescimento da extrema direita

Mais Europa, mais democracia, limitar o crescimento da extrema direita
A vitória de Macron é uma derrota de Putin e daqueles que querem o colapso da União Europeia. Mas para que o projeto europeu tenha futuro é preciso uma União social, democrática e ecológica que os atuais dirigentes europeus, incluindo Macron, não têm feito por construir com a urgência necessária. Só isso poderá afastar a extrema-direita dos nossos horizontes.

Os eleitores franceses votaram hoje e elegeram Emmanuel Macron para mais um mandato de 5 anos enquanto Presidente da República Francesa. O LIVRE felicita os franceses e congratula-se com esta vitória que bloqueia o acesso da extrema direita ao poder. É uma derrota de Marine Le Pen e do seu projeto nacionalista, xenófobo e racista.

Contudo as sondagens antevêem que a diferença entre candidatos nesta segunda volta é inferior à de 2017. O descontentamento entre os eleitores aumenta e é necessário pensar e construir um futuro onde a justiça social e ambiental sejam a resposta contra o populismo da extrema direita.

A vitória de Macron é uma derrota de Putin e daqueles que querem o colapso da União Europeia. Mas para que o projeto europeu tenha futuro é preciso uma União social, democrática e ecológica que os atuais dirigentes europeus, incluindo Macron, não têm feito por construir com a urgência necessária. Só isso poderá afastar a extrema-direita dos nossos horizontes.

Emmanuel Macron terá um desafio de 5 anos pela frente para melhorar a resposta aos anseios das pessoas que demonstraram o seu descontentamento em várias manifestações ao longo do mandato que agora termina. Para a construção de um futuro mais igualitário, Macron terá de ouvir os representantes da esquerda, entre os quais Jean-Luc Mélenchon que na primeira volta teve 21% dos votos, e da esquerda verde francesa, representada por Yannick Jadot com 4,5% dos votantes. Só com uma visão política abrangente é possível propor medidas que diminuam as desigualdades que têm vindo a fragilizar a sociedade francesa.

Como partido europeísta que é, o LIVRE congratula-se com a vitória de Emmanuel Macron, europeísta convicto. No entanto, a visão de sociedade que ele propõe não é capaz de congregar e entusiasmar os franceses. O seu resultado eleitoral será provavelmente o mais fraco de todos os que levaram à presidência da França na Quinta República. A abstenção de cerca de 28%, a mais alta em 50 anos.

O resultado de Marine Le Pen, não lhe dando a vitória, é mesmo assim o mais alto de sempre, demasiado alto. É urgente, em França e nos outros países democráticos, que as pessoas, sobretudo aquelas que a história recente mais fragilizou, sintam que são ouvidas e que há receitas novas para tempos novos.

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