Assinala-se hoje, dia 11 de fevereiro, o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência, que tem como objetivo promover o acesso integral e igualitário das mulheres a estas áreas do conhecimento. A participação igualitária das mulheres na ciência é um dos objetivos da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável da ONU, sendo esta data celebrada desde 2016, após aprovação pela Assembleia das Nações Unidas.
Os dados sobre a participação das mulheres na Ciência revelam que, a nível mundial, 28% dos investigadores são mulheres, reduzindo-se este número para 11% no que diz respeito a investigadoras sénior. Nas áreas científicas, como noutras, as mulheres continuam a estar sub-representadas em cargos de direcção ou de tomada de decisão, o que também lhes confere menor visibilidade e protagonismo dentro das equipas de investigação, sendo por exemplo apenas de 3% o número de mulheres que até hoje receberam Prémios Nobel nas áreas “STEM”. Os números mostram que, apesar do crescente número de mulheres licenciadas em “Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática”, o conjunto de áreas científicas designado em Inglês por STEM, há ainda muito trabalho a fazer na promoção do acesso e da participação feminina plena e igualitária na ciência.
Neste contexto, Portugal destaca-se pela positiva, sendo o país da OCDE em que mais mulheres frequentam licenciaturas nas áreas STEM: 57%, muito acima da média da OCDE que é de 39%, seguindo a tendência nacional de mais de 50% dos licenciados e doutorados serem hoje mulheres. Entre as razões apontadas para as altas taxas de frequência de licenciaturas nas áreas STEM em Portugal encontram-se os programas de divulgação científica a nível nacional, como por exemplo o programa Ciência Viva, que nos últimos 20 anos despertou a curiosidade, a vontade de saber, e abriu horizontes de possibilidade a muitos, independentemente do seu género.
No entanto, e após termos atingido taxas tão positivas na frequência de licenciaturas STEM por mulheres, permanece a questão: se a maioria dos licenciados em STEM em Portugal são mulheres, o que se passa durante o seu percurso para que continue a haver uma sub-representação das mulheres em cargos de direção, quer na Ciência, quer nas empresas? E que medidas podem ser propostas para ultrapassar esta limitação? O que falta fazer agora para que estas mulheres, quando terminam a sua licenciatura ou doutoramento, tenham iguais oportunidades de acesso a posições de liderança e de desenvolvimento da sua carreira?
Estas são questões que preocupam o LIVRE, que apesar de ver como muito positiva a evolução verificada nas últimas décadas no nosso país, se compromete a contribuir para a discussão sobre a promoção de políticas públicas que reduzam a desigualdade de género que facilitem a conciliação entre a carreira profissional e a vida familiar para homens e mulheres. Simultaneamente, o partido defende que todos deverão estudar e desenvolver as áreas onde têm maior vocação, lutando contra os estereótipos associados a papéis de género.