Israel e Marrocos chegaram a um acordo de normalização de relações diplomáticas, apoiado pelos Estados Unidos da América. O apoio dos EUA no reconhecimento da soberania de Marrocos sobre o Saara Ocidental foi fundamental para concretizar o acordo. A normalização de relações diplomáticas não pode ser feita através de soluções que comprometam a autodeterminação dos povos, neste caso, do povo sarauí.
O povo sarauí luta há décadas pelo seu direito à autodeterminação, sob um contínuo clima de conflito, que teve desenvolvimentos preocupantes nos últimos tempos com o crescendo da ameaça de agressão militar na região entre forças marroquinas e sarauís e o quebrar do cessar-fogo que durava há vários anos.
O LIVRE é solidário com o povo sarauí, defendendo uma solução resultante do voto popular através da realização de um prometido referendo sobre a autonomia do Saara Ocidental que nunca chegou a concretizar-se. É crucial, para a estabilidade e paz na região, que o referendo se possa realizar como aliás defende a ONU. E é fundamental que o Governo português, e de acordo com a proposta aprovada na Assembleia da República em 2018, promova uma ação consequente de política externa pela autodeterminação do povo sarauí.
O acordo agora realizado entre Israel e Marrocos, a troco do reconhecimento da soberania deste último sobre o Saara Ocidental por parte dos EUA, é uma ameaça à estabilidade e resolução de conflitos que parecem não ter fim, tanto na região de Saara Ocidental como do Médio Oriente.
O LIVRE considera inalienável o direito à autodeterminação do povo sarauí, e, enquanto subscritor dos princípios do Direito Internacional, manifesta a sua preocupação com o acordo realizado, pois este contribui para o adiamento de uma solução pacífica e duradoura na região do Saara Ocidental.