Derrame nas Maurícias: é urgente responder à crise ambiental

Derrame nas Maurícias: é urgente responder à crise ambiental

Ft_Al Jazeera

É essencial que a comunidade internacional se mobilize para ajudar na contenção e reparo dos ecossistemas afetados.

 

O primeiro-ministro da República das Maurícias já declarou o estado de emergência no país: um navio petrolífero teve uma rutura ao largo da Ilha Maurícia provocando um derrame que afeta agora todo o arquipélago. Este desastre ambiental representa uma perda inestimável de biodiversidade e ameaça a sobrevivência de milhares de pessoas.

O navio carregava mais de 4.000 toneladas de gasóleo e petróleo, que estão a vazar para o Oceano Índico e a espalhar-se rapidamente. Esta catástrofe ambiental era anunciada, pois o navio estava encalhado num recife desde 25 de julho. A incapacidade das autoridades para lidar com esta tragédia é evidente, pois o plano de contingência de derramamento de petróleo da República das Maurícias não prevê equipamentos para lidar com derramamentos desta magnitude.

A cada tragédia ambiental, que representa perdas irreparáveis de vida animal e vegetal, a vida humana no planeta é igualmente ameaçada. O equilíbrio dos ecossistemas sofre um forte abalo com a ameaça à existência de milhares de espécies. O modelo extrativo atual representa enormes riscos para esse equilíbrio.

Em 2020 é ainda mais notória e urgente a alteração deste modelo de desenvolvimento que explora, destrói e erode a biodiversidade e ameaça a nossa existência no planeta. O LIVRE defende que apenas um modelo de desenvolvimento ecológico e solidário pode responder à crise ambiental que vivemos, não deixando ninguém para trás

O modelo de desenvolvimento ecológico e solidário é baseado na sustentabilidade e no qual os setores da economia que utilizam bens naturais – que são de todos – internalizem esse valor nos custos de produção e se responsabilizem pelo impacto que provocam. É necessário que as consequências deste desastre não fiquem ao encargo dos habitantes das Maurícias. Não podem ser os mesmos de sempre a pagar mais uma fatura ecológica e económica que não serve o desenvolvimento e bem estar das comunidades locais.

O LIVRE solidariza-se com as dezenas de voluntários e organizações que tentam minimizar os estragos da catástrofe ambiental. É essencial que a comunidade internacional se mobilize para ajudar na contenção e reparo dos ecossistemas afetados. Esta tragédia demonstra a urgente necessidade de acelerar a transição para fontes de energia renovável, produzidas localmente. O LIVRE continua a lutar por um modelo de desenvolvimento ecológico e solidário que responda à crise ambiental que vivemos, sem deixar ninguém para trás. Não temos tempo a perder.