O LIVRE Loures manifesta a sua profunda preocupação e firme oposição ao plano do Presidente da Câmara Municipal de Loures, que prevê o despejo de 550 famílias das casas camarárias devido à falta de pagamento.
É importante reconhecer que muitas destas famílias enfrentam uma realidade marcada por desemprego, empregos precários e baixos salários, agravada pelo aumento do custo de vida. Além disso, algumas habitam em condições precárias, em imóveis que carecem de manutenção e reparações. Estas são algumas das razões pelas quais o pagamento das rendas se torna um desafio impossível de superar para muitas famílias.
Até ao momento, o LIVRE Loures não tem informações claras sobre os esforços realizados, além do envio de cartas, para resolver esta situação. No entanto, afirmamos que despejar 550 famílias não é uma solução viável. Pelo contrário, essa medida apenas agrava a vulnerabilidade em que as famílias se encontram, negando-lhes um direito fundamental: o acesso à habitação, essencial para a dignidade humana.
Reconhecemos que vivemos tempos de crise económica e que muitas famílias enfrentam dificuldades para cumprir os seus compromissos financeiros. A solução não deve ser o despejo, mas sim a busca de alternativas justas e sustentáveis, tais como:
— Adaptar o valor das rendas às possibilidades económicas das famílias;
— Perdão da dívida passada, especialmente quando alinhado com um plano de requalificação das habitações em condições precárias, garantindo que estas famílias passem a habitar espaços seguros e dignos;
— Assistência social contínua, com acompanhamento por parte de assistentes sociais, para compreender a realidade e as dificuldades de cada família e ajudá-las a retomar os pagamentos de forma gradual.
Despejar uma família é mais do que retirar um teto: é desmantelar laços comunitários, desproteger crianças e idosos e causar traumas irreparáveis. É nosso dever lutar por políticas públicas que priorizem o diálogo e a mediação, evitando a violência do despejo e promovendo soluções concretas que protejam o direito à habitação.
Assim, solicitamos ao Presidente da Câmara Municipal de Loures uma gestão mais humanizada em questões tão sensíveis. É urgente adotar medidas que protejam o direito à habitação e suspendam imediatamente os despejos. Construir uma sociedade mais justa e solidária, onde todos tenham o direito de viver com dignidade, é construir um futuro melhor para todos.