A auto-suspensão do partido de Orbán confirma a hipocrisia e cobardia do PPE de Nuno Melo e de Paulo Rangel.
O partido húngaro Fidesz foi ontem suspenso do Partido Popular Europeu (PPE), numa formulação curiosa em que o partido se auto-suspende.
Apesar do distanciamento declarado de vários partidos membros do PPE do Fidesz, não houve a coragem política para a efetiva expulsão deste partido que tem sistematicamente violado os direitos humanos, a democracia, a liberdade de imprensa e a iniciativa cívica.
Esta cobardia não é de agora. Os chefes de Estado e de governo da UE afiliados com o PPE têm sistematicamente impedido a tomada de medidas contra a Hungria pela violação de direitos fundamentais dos cidadãos europeus neste país.
Já em 2013, Rui Tavares, enquanto eurodeputado integrante do grupo dos Verdes Europeus, no seu “Relatório sobre a situação dos direitos fundamentais: normas e práticas na Hungria” alertou para a situação grave dos direitos fundamentais na Hungria e propôs a criação de uma “Comissão de Copenhaga” que avalie o respeito pelos direitos fundamentais nos Estados Membros. O Relatório foi aprovado pelo Parlamento Europeu mas com os votos contra de Paulo Rangel e Nuno Melo, atuais cabeças de lista de PSD e CDS, respetivamente. Lamentavelmente, a Comissão Europeia não tomou quaisquer medidas eficazes para impedir a progressiva violação dos direitos fundamentais nesse país, bem como nos restantes estados-membros da União Europeia.
Apesar da sua auto-suspensão, Orbán continua a apoiar Manfred Weber como o seu candidato à presidência da Comissão Europeia. Isto significa que qualquer voto nas próximas eleições europeias nos partidos do PPE – incluindo no PSD de Paulo de Rangel ou no CDS de Nuno Melo – é, na prática, um voto no candidato de Orbán.
Uma Europa democrática, progressista e humanista não se coaduna com este PPE.
Para medidas sobre como democratizar a União Europeia e garantir o respeito dos direitos humanos de todos os europeus: