A crise ecológica em que o planeta se encontra mergulhado tem aspetos tão prementes como a perda de biodiversidade, a mudança climática, a poluição do ar, do solo e da água, a escassez de água doce, a sobre-exploração dos recursos. Na origem ou ampliação da maior parte destes problemas encontra-se a ação humana, pelo que a crise ecológica não é uma inevitabilidade: é possível travá-la e mesmo revertê-la se, enquanto comunidade, fizermos outras escolhas.
O LIVRE tem como um dos seus princípios basilares a ecologia. O reconhecimento da integração da vida humana na economia da natureza e a necessidade da ação humana encontrar o seu limite na realidade do planeta Terra está presente e é transversal à ação política e às medidas propostas pelo partido.
Nas linhas programáticas respeitantes às próximas eleições autárquicas, o LIVRE defende que o poder local deve ter um papel significativo na conservação e gestão sustentável dos bens naturais comuns.
Os municípios devem chamar a si o conhecimento, salvaguarda e mesmo o incremento do património natural do concelho, estabelecendo estratégias e planos de ação relativos à biodiversidade e à geodiversidade local/regional em articulação com municípios vizinhos. Estas iniciativas serão tanto mais conseguidas se, como o LIVRE defende, decorrerem de uma participação cidadã efetiva e de uma colaboração com organizações da sociedade civil, como é o caso de Organizações Não Governamentais de Ambiente (ONGA).
As estratégias e planos de ação em causa são determinantes para o estabelecimento de um ordenamento do território de base ecológica, nomeadamente, ao exigir a não redução ou mesmo o alargamento das áreas de Reserva Ecológica Nacional (REN) e/ ou Reserva Agrícola Nacional (RAN), uma vez que estas se revelam fundamentais, por exemplo, no combate à mudança climática, na prevenção de desastres naturais e na gestão de um regime hídrico em equilíbrio.
São ainda o ponto de partida para a renaturalização de ecossistemas danificados e paisagens degradadas. A renaturalização permite que os processos naturais ocorram ao seu próprio ritmo, moldando a paisagem com um mínimo de intervenção humana e recriando habitats mais selvagens e com maior biodiversidade. A renaturalização de ecossistemas efetuada pelos municípios é um contributo importante para esbater a separação artificial que foi sendo criada entre o mundo humano e o mundo natural.
Estas são algumas das medidas ambientais constantes das linhas programáticas do LIVRE para as próximas eleições autárquicas, que se unem no reconhecimento da necessidade de conservar e utilizar de maneira responsável e sustentável os ecossistemas, uma vez que estes providenciam os bens comuns essenciais à vida dos seres humanos.