Contrariando todas as expectativas e sondagens, as eleições em Espanha não determinaram um resultado claro maioritário para o bloco da direita que inclui o Partido Popular e Vox. A extrema-direita sofre mesmo uma grande derrota perdendo 19 dos 52 deputados que tinha durante esta legislatura.
Pelo contrário, parece ser possível a reedição de um governo progressista e ecologista, com apoio de partidos regionalistas de vários espectros. O PSOE tem um resultado melhor que o esperado e ganha mesmo 2 deputados.
Vemos com esperança e expectativa o trabalho feito pela coligação SUMAR — candidatura da esquerda verde europeia que o LIVRE apoia — que num curto espaço de tempo e agregando os valores da esquerda progressista e europeísta apresentaram uma real alternativa, capaz de trazer confiança e esperança ao eleitorado estando preparada para governar para todos os espanhóis.
A lição para Portugal e para o resto da Europa é que se torna necessário às forças progressistas entenderem a nova realidade da formação de um bloco de direita mais radicalizada e contrapor-lhe uma mobilização do eleitorado em torno da defesa da democracia, da solidariedade e de um projeto europeu de futuro.
Para mobilizar as pessoas e fazê-las acreditar na política é preciso falar do futuro, trazer propostas de futuro. É esta a forma mais eficaz de combater a política de ódio e de medo que fazem os blocos da direita com a extrema-direita.
