Dia Internacional da Biodiversidade
Embora a Humanidade esteja cada vez mais consciente da necessidade de um compromisso com um desenvolvimento ecologicamente sustentável, paradoxalmente, nunca a perda de biodiversidade causada pelo homem foi tão grande como hoje.
O LIVRE defende ações urgentes na área ambiental que promovem a proteção da biodiversidade:
- maior investimento público na conservação da Natureza
- criação de planos de gestão das áreas protegidas e sítios da Rede Natura
- monitorização e avaliação da situação de espécies selvagens, habitats e ecossistemas
- criação de emprego em setores que promovam a conservação da natureza
LIVRE defende prioridade na conservação da Natureza
Este é um tempo em que, talvez como nunca antes, os seres humanos são chamados a repensar a sua relação com aqueles que o não são. Sujeitos à mais recente pandemia, apenas vislumbramos o quão dependentes estamos da biodiversidade e da geodiversidade para suprir as necessidades humanas, com destaque para as mais básicas como a energia, a água, a alimentação e a saúde.
Hoje, 22 de maio, celebra-se o Dia Internacional da Biodiversidade, proclamado pelas Nações Unidas para assinalar a aprovação da Convenção sobre a Biodiversidade durante a Cimeira da Terra, realizada no Rio de Janeiro, em 1992. Desde então, a consciencialização coletiva relativamente à necessidade dos seres humanos se comprometerem com um desenvolvimento ecologicamente sustentável tem aumentado, mas, paradoxalmente, nunca a perda de biodiversidade causada pelo homem foi tão grande como hoje.
O planeta tem perdido milhões de hectares de floresta a um ritmo acelerado, sendo a biodiversidade florestal indispensável à subsistência e abrigo de muitos milhões de pessoas e o habitat de mais de 80% de todas as espécies terrestres de animais e plantas. Além disso, as florestas são fundamentais no combate à mudança climática e enquanto barreiras ao avanço da desertificação.
A perda de habitat, a caça furtiva e o tráfico ilegal são responsáveis pela situação crítica de muitas espécies de animais selvagens, algumas das quais se encontram em risco de extinção. A atividade antrópica tem levado ao decréscimo dos animais que realizam a polinização, em particular das abelhas que correm também risco de extinção, ameaçando assim a produção de plantas destinadas à alimentação da população humana e a sobrevivência dos ecossistemas mundiais, pois cerca de 90% das espécies vegetais selvagens com floração dependem, total ou parcialmente, desses agentes polinizadores.
O consumo de proteína animal obtida a partir do mar tem aumentado exponencialmente com o crescimento da população humana. Neste momento, a pesca humana explora mais de metade dos oceanos mundiais, levando à diminuição da biodiversidade marinha, com mais de 30% dos stocks numa situação de sobrepesca e quase 60% esgotados.
A perda da biodiversidade prejudica a saúde dos seres humanos. Em muitos locais do mundo, os cuidados básicos de saúde das populações dependem de medicamentos tradicionais à base de plantas. E são milhares as plantas com potencial de utilização medicinal que correm o risco de desaparecer sem terem ainda sido estudadas. Por outro lado, a manutenção da diversidade biológica constitui uma barreira à circulação de doenças entre outros animais e humanos, como a atual pandemia causada pelo coronavírus demonstra.
No LIVRE defendemos um investimento público ambicioso na conservação da Natureza, nomeadamente na reabilitação e preservação de habitats e espécies classificadas; a criação de planos de gestão das áreas protegidas e sítios da Rede Natura; a elaboração de um plano de monitorização e avaliação da situação de espécies selvagens, habitats e ecossistemas existentes em território nacional; a criação de emprego em atividades e setores que promovam a conservação da natureza., Só assim será possível honrar o valor intrínseco que todo e qualquer elemento natural possui, estabelecendo simultaneamente um compromisso ético com o planeta.