A Terra, uma casa comum

A Terra, uma casa comum

Comemorado anualmente a 22 de Abril, o Dia Internacional da Terra perfaz hoje meio século. Com ele se assinala de forma simbólica a tomada de consciência por parte da humanidade da necessidade de alterar a sua relação com o planeta. Foi neste dia que, em 1970, milhões de pessoas tomaram as ruas em centenas de cidades nos Estado Unidos para protestar contra a crescente destruição ambiental. Em 2009, as Nações Unidas proclamaram o dia 22 de Abril como Dia Internacional da Mãe Terra.

O nosso atual modo de vida encontra-se dependente de padrões de produção e de consumo insustentáveis que, a breve trecho, poderão tornar inviável grande parte da vida no planeta, incluindo a vida humana. A perda de biodiversidade, a perturbação dos ciclos naturais, a mudança climática, não são mais do que a expressão de uma alienação da humanidade relativamente à Terra. Se queremos inverter esta situação, é necessário reconhecer que a Terra é a casa comum que partilhamos com os todos os outros seres vivos e que a economia humana tem que voltar a integrar-se na economia da natureza.

É pois fundamental que a humanidade estabeleça uma nova relação com a Terra, na qual esta seja entendida como mais do que um meio para a satisfação compulsiva de todos os desejos humanos, tão característica da sociedade de consumo contemporânea.  Em vez disso, essa nova relação deve basear-se no justo equilíbrio entre as necessidades da humanidade e as dos outros seres vivos. Enquanto partido ecologista, é esta, desde sempre, a visão do LIVRE, que defende um modelo de sociedade em que o direito ao bem-estar económico de todos cidadãos não pode nunca colocar em causa os limites naturais do planeta. A pandemia de COVID-19 que atualmente vivemos torna ainda mais premente a exigência de uma mudança de comportamentos e a implementação de medidas políticas ambientais, sociais e económicas.

Por isso, o LIVRE reivindica com urgência as seguintes 10 medidas:

  • Promover um Novo Pacto Verde (Green New Deal) para Portugal e para a Europa;
  • Fomentar a economia local, solidária e colaborativa para, entre coisas, diminuir a pegada ecológica;
  • Apostar na Economia Circular;
  • Reduzir atividades com forte impacto na Biodiversidade, promovendo boas práticas e pagando pelos serviços dos ecossistemas;
  • Investir ambiciosamente na conservação da natureza, da biodiversidade e da geodiversidade;
  • Incentivar a valorização dos resíduos orgânicos e da biomassa florestal;
  • Assegurar o acesso à água potável e ao saneamento básico;
  • Apoiar o uso eficiente de água promovendo práticas contra a desertificação; 
  • Garantir a sustentabilidade da pesca, implementando com rigor as quotas, reduzindo a pesca acessória, favorecendo e optimizando técnicas não intensivas e promovendo a reciclagem e reutilização do material;
  • Expandir a rede de áreas marinhas protegidas corrigindo o atraso de Portugal nesta matéria.
Skip to content