Ativistas climáticas alvo de revistas abusivas

Ativistas climáticas alvo de revistas abusivas

Ativistas ambientais do movimento Climáximo afirmam ter sido alvo de revistas abusivas e discriminatórias por parte da Polícia de Segurança Pública (PSP). A polícia terá revistado 26 manifestantes na esquadra dos Olivais, procedendo a uma revista superficial aos homens por cima da roupa ao mesmo tempo que terá obrigado as mulheres a despirem-se parcial ou totalmente. Este tratamento diferencial e humilhante levou à apresentação ao Ministério Público de uma queixa-crime contra a PSP, uma ação que contou com o apoio de associações feministas. Este acontecimento, inadmissível sob os prismas da proporcionalidade e da igualdade de género, foi relatado no contexto da retirada pela força de manifestantes numa ação pacífica que juntou cerca de duzentas pessoas em defesa do ambiente e da justiça ambiental. Uma fonte da polícia nega a acusação.

Perante a queixa-crime ao Ministério Público, esta semana, o Ministério da Administração Interna (MAI) já pediu esclarecimentos à PSP.

Face à gravidade do caso, o LIVRE exige que seja realizado um inquérito urgente a este tipo de atuações abusivas por parte da polícia.  

Em causa está não só a potencial desproporcionalidade do tratamento dado aos manifestantes face à ação reivindicativa realizada, mas também o tratamento desigual dado a manifestantes consoante o género, e a humilhação e violência a que, especialmente as mulheres, foram submetidas.

A violência policial é a violência do Estado. Atuações abusivas por parte da polícia sobre as mulheres perpetuam e normalizam o machismo estrutural, que consequências tão graves tem na sociedade e no dia-a-dia das mulheres. Devem, pois, ser assumidas todas as responsabilidades por parte das entidades competentes, incluindo o Ministério da Administração Interna.

Lutar por um país com maior justiça ambiental e maior justiça social é também lutar pelo funcionamento correto das suas instituições.

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