Desde que o moderno movimento cooperativo surgiu, em Inglaterra, em meados do século XIX, que se tem expandido pelo mundo inteiro, abrangendo os mais diversos sectores da economia. Os princípios democráticos, de igualdade e de solidariedade que são os pilares das cooperativas, permitem que os verdadeiros interesses das pessoas e das comunidades sejam prioritários, em detrimento da obtenção de benefícios económicos e financeiros a qualquer preço, seja este social ou ambiental.
Ao centrarem-se nas pessoas e não no lucro e na acumulação de capital, as cooperativas promovem o acesso à criação de riqueza e à sua distribuição de forma mais justa, contrariando os riscos de pobreza e exclusão social. As cooperativas permitem mais facilmente aos cidadãos de todo o mundo melhorar as suas vidas, ao mesmo tempo que contribuem para o desenvolvimento económico, social, cultural e político das comunidades e dos países.
As cooperativas são também um aliado privilegiado na construção de um mundo não apenas social e economicamente mais justo, mas também ambientalmente mais sustentável: ao favorecerem a economia local, diminuem o impacto ambiental.
O movimento cooperativo encontra-se integrado a nível internacional e aspira a que o conjunto de valores que o sustentam seja abraçado em todo o mundo, tornando possível uma ‘globalização’ democrática que contrarie aquela até hoje vigente.
O Dia Internacional das Cooperativas, decretado pela ONU em 1992, celebra-se anualmente no primeiro sábado de julho desde 1995, assinalando os cem anos da criação da Aliança Cooperativa Internacional. Esta data tem como principais objetivos dar a conhecer o movimento cooperativo, destacar as metas do movimento cooperativo internacional em paralelo com as metas da ONU, e fortalecer as parcerias entre este movimento e outros agentes, como governos (locais, nacionais ou internacionais).
No LIVRE, defendemos uma economia mista com a coexistência dos setores privado, público e associativo/cooperativo, e batemo-nos para que este último seja fomentado em diversas áreas da economia nacional e regional, que vão da produção e distribuição da energia elétrica à habitação e à gestão e exploração sustentável de bens comuns como a floresta. Mais concretamente, no nosso programa propomos medidas como a facilitação da entrada de cooperativas energéticas no mercado da distribuição de energia elétrica, a promoção de cooperativas para a gestão e exploração sustentável da floresta nas áreas que integram o banco de terras do Estado, ou o apoio a cooperativas habitacionais, de autoconstrução e habitação evolutiva, por forma a capacitar os cidadãos ao nível técnico, formativo e institucional e a garantir o acesso à habitação com custos acessíveis à classe média e aos jovens.
Privilegiamos a economia local, mais solidária e colaborativa, assente num modelo de autogestão em que o poder dos trabalhadores se encontra reforçado e a distribuição da riqueza gerada é equitativa e o desenvolvimento económico não é incompatível com a sustentabilidade do planeta. Porque quando fazemos juntos, fazemos melhor.