O Dia Mundial das Zonas Húmidas é celebrado todos os anos a 2 de Fevereiro, marcando a adoção da Convenção sobre as Zonas Húmidas que ocorreu nesse dia, em 1971, na cidade iraniana de Ramsar. Esta convenção, também conhecida como Convenção de Ramsar, é o mais antigo tratado ambiental intergovernamental e conta atualmente com 169 países contratantes em todos os continentes.
As Zonas Húmidas incluem todos os ambientes aquáticos interiores e as zonas costeiras. Os países que assinaram a Convenção de Ramsar devem designar pelo menos um local no seu território para ser incluído na Lista de Zonas Húmidas de Importância Internacional. Neste momento, há mais de 2 300 destes locais em todo o mundo; em Portugal existem 31. Eles são de enorme importância na manutenção do equilíbrio ecológico do planeta, uma vez que absorvem e armazenam água, protegem de tempestades e outros eventos meteorológicos extremos, sequestram carbono e são o habitat de cerca de 40% das espécies conhecidas, entre outros.
Ao assinar a Convenção de Ramsar, em 1980, Portugal comprometeu-se a conservar as zonas húmidas existentes no país. No entanto, caso se concretize a construção de um novo aeroporto no Montijo, uma dessas zonas, o Estuário do Tejo, corre o risco de ficar irremediavelmente degradada, com todas as nefastas consequências ambientais daí decorrentes. Também o Estuário do Sado, outra zona húmida, está ameaçado com o processo de dragagens já em execução, com as consequências que daí advém para os ecossistemas, biodiversidade e paisagens aquáticas locais. Deste modo, num dia em que se pretende chamar a atenção para a necessidade de cuidar e preservar os importantes e frágeis ecossistemas que são as zonas húmidas, o LIVRE reafirma o seu empenho na luta ecológica, opondo-se a todas as situações que ponham em causa o delicado equilíbrio do planeta.