Hoje é o dia que marca a saída do Reino Unido da União Europeia (UE), o Brexit. Depois de um longo e atribulado processo de quase quatro anos, o Parlamento Europeu ratificou, no passado dia 29 de Janeiro, o acordo de saída. É a primeira vez que um Estado-membro sai da UE e todas as implicações desta decisão estão ainda longe de serem conhecidas. Para já não restam dúvidas de que o Brexit é um forte revés para o projeto comum europeu que começou a ser construído após a Segunda Guerra Mundial.
A 23 de Junho de 2016, quase 52% dos eleitores britânicos votaram favoravelmente a saída da UE, na sequência de uma campanha em que os defensores desta decisão utilizaram uma série de argumentos demagógicos e populistas, tais como as vantagens económicas e sociais para os nacionais decorrentes da possibilidade de um maior controlo da entrada de imigrantes. Sabe-se hoje que a empresa de recolha e análise de dados Cambridge Analytica terá tido um papel importante na decisão tomada pelos eleitores do Reino Unido, ao criar publicidade específica destinada a influenciar o sentido de voto.
O LIVRE, reafirmando o europeísmo como um dos seus princípios basilares, não pode deixar de lamentar profundamente o dia de hoje. Numa altura em que as desigualdades sociais existentes e os problemas ambientais nos interpelam a unir esforços para mais facilmente os enfrentarmos, e em que uma vaga de nacional-populismo ameaça os mais fundamentais Direitos Humanos e a própria sobrevivência da UE, o LIVRE reforça a necessidade de continuar a acreditar que é possível construir uma Europa verdadeiramente democrática, solidária e aberta ao mundo, apelando à união de todos os progressistas europeus.