LIVRE pede ação do governo português contra ataques aos cidadãos LGBTI na Polónia

LIVRE pede ação do governo português contra ataques aos cidadãos LGBTI na Polónia
Nos últimos anos, temos vindo a assistir a um retrocesso preocupante dos direitos dos cidadãos LGBTI na Polónia.
No início de 2019, vários municípios e regiões polacos adotaram as intituladas políticas de “zonas livres de ideologia LGBTI”. Esta ação mereceu a condenação por parte do Parlamento Europeu e da Comissão Europeia, uma vez que constitui um grave ataque às liberdades e direitos dos cidadãos, que resultam em ações persecutórias e atentatórias à dignidade humana.
Agora, em plena campanha para as eleições presidenciais polacas, o candidato e atual presidente da Polónia, Andrzej Duda, apoiado pelo partido de direita nacionalista, ataca duramente os cidadãos LGBTI. O seu discurso sobre “a ideologia LGBTI” atenta à dignidade e segurança dos seus próprios concidadãos. 
Cabe ao Estado e aos decisores políticos fazer respeitar os direitos das pessoas LGBTI e promover o combate ao preconceito relativo às diferentes orientações sexuais e à identidade de género.  No entanto, na Polónia, assiste-se a uma inversão do papel do Estado.  Vários movimentos e associações defensoras dos direitos LGBTI têm denunciado uma perseguição por parte das autoridades nacionais face à sua atividade de proteção destes cidadãos. 

O Parlamento Europeu e a Comissão Europeia já demonstraram a sua forte preocupação com o Estado de direito e as liberdades e garantias na Polónia. Foi mesmo acionado o Artigo 7º da União Europeia, que define a suspensão de direitos de um estado europeu em caso de violação das matérias de liberdade, Estado de direito, democracia e respeito pelos Direitos Humanos. Apesar do acionamento deste mecanismo, o Conselho Europeu – composto pelos dirigentes dos países membros da UE e responsável final pelo processo de suspensão  – não tomou ainda posição.

O LIVRE repudia veemente estes ataques e a perseguição de cidadãos na Polónia, e insta o Conselho Europeu, que reúne esta sexta-feira, e os governos nacionais, nomeadamente o português, a denunciarem esta ofensiva e a concluírem o processo de suspensão de direitos da Polónia enquanto estado-membro. 

A Polónia é atualmente o maior beneficiário de fundos estruturais europeus, com pleno direito de voto nas matérias europeias em sede de Conselho Europeu. Mas o seu  governo não cumpre o estado de direito e o respeito pelos direitos humanos, pelo que não é admissível que tenha poder de decisão nas instituições democráticas da UE.
Um ataque aos cidadãos polacos é um ataque a todos os europeus, e não pode ser tolerado numa União Europeia democrática.