Sobre a alteração do traçado do TGV e a construção de novas pontes em Gaia e Porto

Sobre a alteração do traçado do TGV e a construção de novas pontes em Gaia e Porto

O LIVRE acompanha com atenção a proposta de alteração ao traçado do TGV em Vila Nova de Gaia, que inclui a deslocação da estação de Santo Ovídio para Vilar do Paraíso e a construção de duas novas pontes sobre o Rio Douro.

O LIVRE expressa a sua preocupação com os potenciais impactos desta mudança e com a forma pouco participada com que o processo foi conduzido. Defendemos que qualquer alteração no traçado do TGV deve ser acompanhada de um processo de consulta pública aberto e transparente, em que a sociedade civil tenha espaço, e tempo, para participar no processo. Ao invés, o processo foi opaco e marcado por comunicações e reuniões entre a Câmara Municipal de Gaia e os promotores em moldes que impedem o escrutínio pela população e demais forças políticas. A decisão de mudar a localização da estação e construir novas pontes não pode ser tomada sem um debate amplo e aprofundado, que envolva tanto as comunidades locais quanto os diversos atores políticos e sociais. A falta de consulta e de diálogo com as autarquias vizinhas é inaceitável, pois a cooperação intermunicipal é essencial para garantir uma solução justa e equilibrada para todos.

A proposta de construção de duas novas pontes sobre o Douro, bem como a deslocação da estação do TGV para uma estação em a construir em Vilar do Paraíso em área de Reserva Ecológica Nacional, levanta preocupações sobre os impactos ecológicos que não podem ser negligenciados. O LIVRE exige que sejam feitos estudos de impacto ambiental rigorosos para garantir que a expansão da rede ferroviária não prejudique irreversivelmente o nosso património natural.

O LIVRE considera que a mobilidade urbana deve ser pensada de forma inclusiva, onde o transporte público seja uma ferramenta para reduzir as desigualdades sociais. Por este motivo, grandes obras como o TGV e novas pontes devem ser pensadas tendo como pilar a intermodalidade e a conectividade, no caso de forma acessível e com ligação direta com a rede de metro. A solução apresentada de expansão da linha Rubi do Metro do Porto é insuficiente na manutenção da efetividade desta intermodalidade, em relação à proposta original, por perder o acesso à rede de transportes já bem estabelecida na zona de Santo Ovídio.

Neste momento, apelamos ao Governo, à IP e à Câmara Municipal de Gaia para que conduzam este processo de forma responsável e transparente, com base num diálogo inclusivo, e que a revisão do projeto respeite a sustentabilidade ambiental e a equidade social.

Apelamos ainda aos cidadãos que participem na próxima Assembleia Municipal, com data a agendar, sobre este tópico tão relevante para o futuro do concelho.

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